Pouco são é o verso que caminha contra a vida
Pois o momento de dor é a real certeza

De que precisamos de algo
A falta caminha comigo
Faltam-me certezas e versos

Logo vejo montanhas
Meu semblante resplandece

Cada um por si e Deus por todos
Quem estará por Deus?

Quem?

Quem em sã consciência pode saber
Se pode ou não
Se deve ou não
Se bebe ou não
Se fuma ou não

Quanta culpa precisaremos carregar para que nos perdoem
Quanto tempo durará a certeza vã da eternidade

Quantas vezes precisarei perguntar para mim mesmo, quem sou?
Quantos versos precisarei escrever?

Ali adiante a palavra certa me encontrará
Lá onde os pássaros cantam

Aqui

Não serão poucos os que poderão nos acompanhar
Não serão, serão!

Por isso tenho amigos
Para entendê-los dentro de mim

Pois é pouco provável que nos curemos da humanidade
Essa linda humanidade que nos consome.

*Gustavo Lucas