República do Pensamento

POR MAIS POESIA

Falam sempre de nós dois. Força sempre para amor-mente. Aquilo dito ao passado reverso acaso. TEMPO. Luta entre dois corpos que se estranham. A vida em recomeço no poema da vida. A morte como a linha divisória deste tempo. Desta madrugada de vícos e paixões. A lua nova chamando uma cheia.

A tudo que sempre sonhamos um brinde. Um vinho merlot chileno de boa qualidade. Tomado às goladas num forte abraço de poetas. Saudade é palavra quente. Desejo ardente de corpos a se encontrar. A vida me trouxe paixões. Não soube dosá-las e me embriaguei de amor pela vida.

Quero estar onde estão os sonhos. Preciso é que nesta situação a poesia viva. O trenzinho caipira passou e Gullar não me deu carona. Mas de certo a lotação não permitia minha entrada. Foi assim que se deu a derrocada em favor de meus parcos e pobres poemas. Mortos estão os que não enxergam a beleza.

Pavor e medo são palavras do dicionário do meu passado. No século anterior havia o hábito de usar certos vocábulos. Agora, opilado pelo vinho, oprimo o peito guardado de paixões. Resigno na obra da incerteza. Verbalizo certas “loucuras” no papel. As linhas são o meu palco e as palavras o espetáculo desta noite.


* Gustavo Lucas