República do Pensamento

COR ABUSADA

A solidão
me dá um branco
na arte de amar.
Oh! nêga companheira.
Quero tua companhia.
Me enche de estrelas
pra fazer desta noite
uma noite amiga,
um manto de amor
pra gente se esquentar.
Tocando a porta do céu
pra nele a gente entrar
como dois amantes
dois delirantes
sem pecado
sem perdão
salvando o amor da desilusão.
Corpo a corpo
na contramão da solidão
que nada pega,
que nada toca.
Corpo a corpo
na mesma mão
da nossa arte.
Nêga, como a gente faz arte
na tela branca
que deseja tinta
vinda diretamente
da nossa aquarela franca
de cores abusadas
e lindas.

* Marcos Fabrício