República do Pensamento

TEUS BRAÇOS QUANDO ME DEIXAM

Por tanto tempo esperei por nada
Quanto em meu peito vida minha espera
Que quase quisera morte.

Antes de anoitecer minha fronte sangrava
Uma vida de inteiro desprezo por nós-eu
Que quando veio a tempo interveio tua face.

Além de longíncuas cavernas que estive
Reluzia em minha carne seu toque sutil
O que de fato me veio verdade febril.

O que falei de posse de outro sentimento
Não é a verdade do momento nosso
É o cintilar de uma alma com raiva.

De pronto o que tenho de mentira
Vive em mim como o raiar de um dia
E sinto que ao nascer estaremos em outro mundo.

A febre que sinto por dentro
É a força interior da energia lancinante
Dos teus braços quando me deixam.


* Gustavo Lucas