A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO TEMPO
O eco do tempo:
o choro do recém-nascido.
O oco do tempo:
o choro em memória do falecido.
O chute do tempo:
o susto, pai do grito.
O beijo do tempo:
o sossego, mestre do conflito.
O som do tempo:
o despertador da atitude.
O silêncio do tempo:
a dança de Deus que me nutre.
O choque do tempo:
a gravata envelhece.
O sono do tempo:
o carimbo em seu sobe e desce.
O trabalho do tempo:
o destino traçado.
A greve do tempo:
a força do acaso.
O raso do tempo:
o abraço do conforto.
O fundo do tempo:
o eterno retorno.
* Marcos Fabrício
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