República do Pensamento

MENINA DE IPANEMA


Olha que coisa mais finda

Mais cheia de graxa

É a pobre menina que vem e que passa

Num triste balanço a caminho do azar

"Moça" do corpo explorado

Do sol que lhe pena

Vai cedo pra escola em busca da merenda

É a coisa mais finda que já vi passar

Ai! Uma pedra no caminho

Ai! A esmola que insiste

Ai! A pobreza que persiste

A pobreza que foge da linha

Que também fica e azucrina

Ai! Se o mundo soubesse que quando ela passa

O mundo inteirinho é que perde a graça

E fica mais triste por causa do horror

Por causa do horror


* Marcos Fabrício