República do Pensamento

A Vida Como Ela NÂO Deveria Ser

nascer é um porre, praticamente um parto
de um quarto a outro, sou um décimo do que serei em poucos anos

desenvolver-me como criança, dentro de minhas ânsias inocentes
e daí até a puberdade, meus conflitos adolescentes
me levam ao princípio caótico de ser jovem

Pasmem,

se me coloco entre estudo e trabalho,
não valho tanto, estagiário que sou,
se, por outro lado, alcanço, logo descanso,
na faculdade tenho um ponto divisor

onde se entra jovem e na pressão, se amadurece
se cresce em pouco tempo

Ao terminar,
como deixo amigos e utopias pra trás
passamos por esse racha, que faz parte
é assim mesmo que se traz o homem do limbo para o palco de se viver

Se opto por estender minha descendência,
com descência e paciente curso, devo proceder minuto a minuto,
meses a fio

Rio, porque passam-se anos, e mesmo o frio que sinto percorrer minh´alma
Me acalma, porque compreendo enfim a não-necessidade de tanta correria
Histeria coletiva que se instaura e declara a anarquia, a desordem da calma.

No ponto final, o recomeço se estende a fim de fazer da vida
Pequena brincadeira, grande desafio
Confio, porque sei que viver nunca será estar por um fio
Será sempre desfiar a vida, dia a dia, nas águas do rio.

* Luiz Cláudio Pimentel