ROUPAS VELHAS
É nessas roupas velhas que
inexoravelmente
poder-se-ão deslumbrar as marcas
de tantos anos de vigília.
Por onde andei,
o que vivi,
o que sonhei,
tudo ainda se pode ver
nessas roupas velhas.
Jamais as tirei
porque não me ofereci o tempo de parar,
mesmo na inércia.
(A tanto se presta crer num ideal)
Se um dia despir-se,
creio na pele as marcas continuem.
* Júlio Maria
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