República do Pensamento

O GRANDE QUESTIONAMENTO

Não há sentido que me convença
Argumento razoável que me vença 
que desfaça o enorme questionar,
que se coloca sob meus pesares.

Em que mares navegavas, para colidires tão constante?
Em que ares pairavas para me invadires de rompante?


Não há vestido que não me renda
Nem tecido que seja venda,
Nada, por Deus, nada que sufoque o vento sedutor,
lento e viciante,


Em que ondas deslizavas,
para me desabares tão breve?
Em que espumas flutuavas,
em que curvas naufragavas,
para me soares ainda assim tão leve?

* Luiz Cláudio Pimentel