República do Pensamento

AMIGO DE MÉ


Você, meu amigo de mé
meu irmão canabrava.
Amigo de tantas biritas,
de tantas noitadas.
Bebemos a dose
com sede de um litro.
Aquele que está do meu lado
em todas as farras.
Me lembro de todas as fossas, meu velho barreiro.
Você tantas vezes provou que é um grande boêmio.
O seu coração é um bar de garrafas abertas.
Amigo, você é o bebum mais divertido da festa.
Pra aguentar certos foras, só mesmo um gole de pinga.
Preciso de alguém pra me fazer companhia.
Você todo ouvidos escuta a minha ladainha.
Me dá aquela força: isso dá poesia.
Você, meu amigo de mé, meu irmão canabrava.
Sorriso e abraço festivo até na ressaca.
Você que me diz as verdades de copo vazio.
Um porre homérico fica bem melhor contigo.
Não preciso ter dinheiro, você logo paga a conta.
Depois a gente acerta, sobra algum pra saideira.
Não preciso ir a pé, logo vem e me dá carona.
Faz piada e ri da vida, com você não beijo a lona.


* Marcos Fabrício