República do Pensamento

Da sua índole

Gentilezas trocadas com temor
Sutilezas ao afundar o punhal
com terror, em suas lindas costas

Reticências trocadas com torpor
Afagos intensos ao disparar o gatilho
com amor, de principiante

Relevâncias assinaladas com emoção
Trocatapas ao disparar do gongo singelo
como se amor vivesse por 12 rounds
ou fugisse feito camundongo, do seu recanto belo

Da sua índole
Não se esmera
Se erra, finda-lhe a espera
Atingindo-lhe a esfera
Do íntimo novo inimigo seu.

Realezas exaltadas com louvor
como o Senhor da Galiléia
atiradas ao mundo como se fossem
plebeu e plebéia


Semelhanças ao afinar
o parâmetro de amor
como dois velhos, bicudos, chatos e mudos,
sem tempo pra vida, pra festa e pro amor

Escravos da dor, e do desatino-afã,
Morreu o menino, persiste a vida vã.


Da sua índole

Não se esmera
Se erra, finda-lhe a espera
Atingindo-lhe a esfera
Do íntimo novo inimigo seu.

* Luiz Cláudio Pimentel