República do Pensamento

DILÚVIO DE JANEIRO


Barracão de areia...
O que deu na telha?
Chove chuva cheia.
Fiquei então na seca!
Molhado da cabeça aos pés,
Meu rio de lágrimas
Tira o sono do seu mar de rosas.
O céu me enche de água,
E eu continuo com sede.
Vejo o nada que eu tinha
Indo tudo embora,
Ladeira abaixo
E o Cristo por cima...
Nesse dilúvio de janeiro,
Me acusam de ter armado o barraco,
Mas o grande culpado
Tem sempre passe livre
Para andar de camarote
Na Arca de Noé.


* Marcos Fabrício