morcegos e pombas
quando me vêm esses instantes
esses rompantes estranhos
me banho do vôo que zomba
me estranho, no sonho da pomba
me cego, no ego de morcego
me prego na sombra do verso
me largo na divagação dos reversos
me lerdo nas asas esquálidas
me acelero nas ruas inválidas
me esmera, me espera e tomba
na lombra de ser chinfrim pomba
nego não parecer morcego
nas asas que aterrorizam
na presença que se estabiliza
leve terror da noite
doce aceite diurno.
* Luiz Cláudio Pimentel
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