República do Pensamento

NO QUADRADINHO


só no quadradinho,
redondamente enganado,
filosofo no cantinho,
escondido no armário.
a solidão, bem de mansinho,
vai costurando minha carne trêmula,
se promovendo às minhas custas,
rindo dos meus complexos e dilemas.
ela toda poderosa
desfila sua gravata bandida
em meu pescoço, isca de vampiro.
quem deveria
me fazer de gato e sapato
tem medo de repetir o passado.
quem deveria
me fazer de gato e sapato
tem medo de repetir o passado.

* Marcos Fabrício