República do Pensamento


SANGRO

sangro a vontade de fazer uma pessoa feliz
sangro pelo nariz, o ar pesado que me lançam

sangro a secura d´alma que se irreleva, cambaleante
sangro pela voz, ora imponente, ora insignificante

sangro a decisão de escolher o caminho que acho correto
sangro reto, pelos cruzados recebidos

sangro o marido, ou o namorado, que lhes concedi

mas recupero o ímpeto
o fôlego retomado
o pulsar renovado

pronto para dar a outra face,

que sangre.
* Luiz Cláudio Pimentel