República do Pensamento

RECOMEÇO

Não há bandeira
Que tenha sustância
Quando o verde da esperança
Deita raiz em nossos umbigos
É tanta fome de leão
Pra pouca sede de leoa
Ou vice-versa
Conforme manda o figurino
Calar a boca da voz do sonho
Impor a ordem antes dos sentidos
Rumo ao progresso chamado amor
Geram braços cruzados e abraços abatidos
O frio nunca é quente no interior
Mesmo assim
Ainda sim
É possível um recomeço
Não há lei da mordaça
Que cale o canto dos pássaros
Somos aves para além das gaiolas
Andar é sentir o coração da Terra bater
E voar de alegria pela linda sensação
De perceber como a doce rebeldia
Tem jeito para a força da prisão

* Marcos Fabrício