República do Pensamento

AUSÊNCIA

I
Em quem confio
Se em pleno estio
Dessas noites de verão

A mão quente que me afaga
Tarda por esperar amarga
O destino cruel dos loucos

II
No mar que vejo à frente
A solidão dum leito sem fim
Traz você perto de mim

Pois só em ti confio
E num arrepio
Sinto uma enorme confusão

III
Mas o que sei, nada
Transmito com palavras e insignificados
Que perseguem os poucos outros

Aqueles que saberão enfim
Que a beleza que sentem
Não alenta este coração ausente.


*Gustavo Lucas