CRÔNICA DE MOMENTO

As coisas acontecem. O que julgamos heróico é por muitas vezes o pior de nós. A lamentação constante com os acontecimentos só traz mais dor. Loucura de manicômio, às vezes não passa de mediunidade reprimida. É de se pensar quando um marido pega a esposa na cama com o amante.

A raiva é ruim. Não ter raiva é psicose e maluquice da grossa. Passo o tempo com tempo, disse em um poema. É inexorável. Essa palavra é bonita. Inexorável! Ao caminhar com as portas abertas, é facultado ao invasor sua entrada. Caminho de portas abertas. Escancaradas pelas ruas. Melhor fechar. Não precisa trancar, basta encostar.

Maioria de nós tem medo da morte. Tem medo de câncer. Tem medo de ladrão. Tem medo de solidão. Tem medo da sombra. Tem medo da vida. “Quem não vive tem medo da morte”, já diria uma musiquinha bacana. Filosofia do ganha-pão é não ficar pensando em dinheiro. Correr atrás é o que todos indicam.

O sabichão está com as pelancas caindo por detrás dele. As copas das árvores verdejam no silêncio das alturas. A bosta do urubu é branquinha, a despeito do que ele come para viver. Porquanto ao sal se faça. A onda vem, o mar enlaça. Parodiando Bandeira. As casas desesperadas do agora serão lares de paz no amanhã.


* Gustavo Lucas