República do Pensamento

QUANDO

Quando falo, penetro.
Quando mudo, não saio do lugar.
Quando toco, viro instrumento musical.
Quando escuto, engravido.
Quando surdo, sambo.
Quando gosto, gesto.
Quando vejo, quadrado.
Quando cego, cegonha.
Quando ando, em que andar estou?
Quando danço, não me dei mal.
Quando solto, pipa querendo ser pássaro.
Quando prendo, sou possuído.
Quando escolho, espada ou escudo?
Quando duvido, sai umbigo entra ambíguo.
Quando penso, luar.
Quando ajo, solar.
Quando arrisco, decido.
Quando programo, saio do ar.

* Marcos Fabrício