República do Pensamento

PARA DUAS  QUERIDAS PESSOAS, RECENTES EM MINHAS VIDAS

I
A uma inicialmente agradeço, pela emergência em atender
o socorro de uma tarde que insistia em estender,
e se complicar, perigosamente
o socorro de uma mente que insistia em escurecer
e se deletar, perigosa.


II
A outra segundamente ofereço memórias quase empoeiradas,
e lembranças esticadas que não cesso de ver,
afinal, estão em mim e delas só posso ver
o melhor do pior,
a piora da piora,
que cure e mande embora.

I
Não conheço o seu bairro de São Paulo,
Gente simples deve habitá-lo,
serená-lo, diferente de minhas crises,
meu momento tsunami.
meu calo 50 vezes pisado até que extraia o urro gutural de minhas pregas vocais.


II
Admiro seu esforço de conduzir a vida, independentemente
o que tanto proclamo, porém cumpro quase nada,
ao menos traço sintonias e acordos - ainda que breves -
com as condições do que devo fazer.

I
Sei que isso me perseguirá o resto da vida,
mas escolhi amar, fazer o quê, escolhi esse caminho
de entender de sofrer de penar e de fazer sorrir no final,
talvez por isso seja minha sina ser amplo no social
e restrito em mim mesmo.

II
Os furos das horas.. Ah, os furos....
Quantas vezes foram, todos não intencionais, óbvio!
Dependo de metade da II e das químicas da I para seguir compondo versos tortos,
Para Zero Comentários. 
 
* Luiz Cláudio Pimentel