República do Pensamento

PAPELÃO


Eu não era senhor daqueles papéis
Estava mais para escravo em papelópolis
Naquele mistério ministerial
Minha memória se perdia em memorandos
Ossos do ofício
Que me deixavam cada vez mais cadavérico
Tinha que ter resposta na ponta do lápis
Para perguntas que pararam na burrocracia
Facilitar a vida do público
Significava decretar a morte do governo
Esse maquinista de trem desgovernado
Que passa por cima dos trilhos
Onde ficam os maltrapilhos
Que por falta de documentos
Ficam ali sem atendimento
Atrapalhando o regulamento



* Marcos Fabrício