República do Pensamento

SARAVÁ DALI


saravá
surreal de dadá
dali
daqui
de acolá
pintura com umbanda
chama zumbi
zanzando zanzando sambando
pincelando a psicanálise de botequim
pinico divã fora do lugar
o mundo gira assim sem parar
quadros do desacerto humano
telas do acerto desumano
cores arco-íris misturando
branco do esquecimento
mãe preta lembrança
relógios derretidos
sonhos achados e também perdidos
mas quem não perde a hora
vive acordado
aceso para o trabalho
iluminado para a dança
batuque na catalunha
matando o boi na unha
saravá dali
consciência negra
inconsciente fúria
para o disfarce cruel
desta quizumba
alegria pede passagem
nua e pura
quilombola de axé
coragem com ternura


* Marcos Fabrício