TRAÇO DO MEU EU
que nem menino
volto ao berço matutino
locupetro minhas reminiscências
analiso meu passado
como errei admito
fui um feto aflito
não deixei minha mãe dormir
e meu pai estava com câncer
e só pensava em nascer
em sair e tentar ajudar
mas só o que fiz foi chorar
continuar o choro pela morte de meu pai
que não morreu
mas o matei por muitos anos
pois saí como que órfão de pai
que morrera para se curar
e continuei chorando todos os dias
até que um dia me encontrei num sonho
me entrevi num moto contínuo
minhalma uma só no tempo
uma linha
um traço
é o que vai ficar deste eu
* Gustavo Footloose
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