República do Pensamento

É

saco vazio não para em pé
tênis velho fábrica de chulé
deus lá de cima testa a minha fé
sem trocado no bolso nem cafuné
ninguém me ama ninguém me quer
porque me chamam de gente ralé
mal considerado no doce balé
montam em mim como se fosse um pangaré
com medo que eu queira um gostoso filé
com medo que eu estrague o seu café
com medo que eu me meta no seu picolé
com medo que eu desbanque o seu capilé
sou o alvo querido do seu pontapé


* Marcos Fabrício