República do Pensamento

DUAL

a mão se estende, mas se fecha no meio do caminho
o coração se desprende, mas se fere no meio de espinhos
o amor se encaixa, mas se expulsa no meio da história


a face brinca, mas se enfurece no meio da decisão
a cor se multiplica, mas não se explica em meio à confusão
o ardor se amplifica, mas se arredia de forma inglória


nada disso é miragem habitual
ou parte de um plano!


nada disso é duro sinal
é apenas dual do cotidiano...


nada disso é artificial
é apenas visceral de um imperfeito ser humano.

* Luiz Cláudio Pimentel