AS CRIANÇAS E O TEMPO
Para Carpinejar
Crianças com voz estridente
Surgem do meio da multidão
Seus passos rápidos pedem atenção
A luz que emana de seus corpos
É a infeliz verdade do ser
Somos crianças a passos largos
Meninos são como passarinhos
Não podem sair dos ninhos
Ao voar caem sempre na primeira
Alimento para os sonhos que ficam
São sóis de meio-dia na cara
Forte como a casca do ovo-lua
Gritos e choros de fome com raiva
Pelas colunas de gente que passam eles
Meninos e meninas com fome
O tempo que vivemos hoje é único
Não há passado nem futuro
Só este hoje a que estamos presos
Meninos que ficam na memória
São eternos quereres da vida
O saber que não existe no tempo.
<< Página inicial