MEU PAI PAI, MEU GAROTO
nos bares da vida
nos lares do amor
eu e você trocando letras
em pleno calor
com o abraço do público
molhávamos a palavra
tira-gosto com piada
é mais gostoso
a aguardente em bico de passarinho
vira água benta
naquelas manhãs de domingo
eu roubava a cena do senna
imitando galvão muito bueno
meu pai não era reginaldo
mas era o leme daquele pedaço de bom caminho
nas retas dos traçados caipirinhas
a voz do guri ganhava o mundo
nas curvas da euforia
o ronco dos motores acompanhava o ronco da cuíca
que dava a marcação
bandeira quadriculada
chamava o tema da vitória
pai e filho
felizes da vida
* Marcos Fabrício
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