República do Pensamento

CHORO

Marcos Fabrício
BH, 31.10.2002

Sonhos altos.
Travesseiro de nuvem.
Barulho de avião.
Sono interrompido.
Trovão e raios folgados.
É a vez de Deus chorar.
.
Olhos cinzentos.
Calores acumulados.
Ventos sem setas.
Força das lágrimas do alto.
Derrete, atinge
Todos aqueles que choram há anos,
Sem sonhos,
Sem travesseiro,
Sem sono,
Sem a folga dos raios,
Sem a atenção geral dedicada aos trovões.
O homem também chove