República do Pensamento

A tempestade que ronda


Tenho andado em meio à tempestade.
Sinto toda a sua fúria e castigo sobre o meu corpo!
Sigo de pé, aflito pelo fim e crente na minha redenção.
Meu corpo dói pelas gotas dessa chuva que mais se parecem flechas,
Os olhos se cegam por causa da névoa
E os ouvidos surdos ensurdecem-se pelos ventos que me cortam dilacerantes.
Continuo andando, mas a angustia não passa!
Continuo caminhando e rogando para poder ver o sol novamente!
De repente, ajoelho-me em meio à tormenta sem conseguir mover os cílios.
Suplico para que a tempestade cesse, pois eu não aguento mais.
E eis que ela fala: “Eu paro não no seu momento, mas no momento em que eu tenho que parar!”
Escuto isso como se fosse um trovão a chacoalhar a terra onde eu piso.
Levanto-me novamente, pois ela sabe que eu aguento!
Continuo andando e agora sei a verdade.
Tenho que continuar por mais que o corpo doa!
A mente não para, um furacão de ideias ronda a minha resignação.
Eu dou conta e vou em frente até ser brindado com o calor do sol,
Pois ele sempre apareceu depois da chuva!

Alexandre Henrique Martins