República do Pensamento: janeiro 2013


Perdi o meu amor para o computador

Perdi o meu amor para o computador
Agora é facebook não é face a face
Se eu quero conversar só papo virtual
Só fica no chat e eu é que sou o chato

Se eu quero chavecar ela me disconecta
Se eu vou conectar só entra usb
Chamo pra navegar e é só pela internet
O que vem da webcam nao quero nem saber

Perdi o meu amor para um computador
Com puta dor eu estou agora
Ela cai na rede e eu fico a ver navios
Ela bem que navega e eu fico em terra à vista

Rodolfo Monteiro e Marcos Fabricio



INDUZA

induza, provoque, espere reação
produza, convoque, repare intenção

conduza, estoque, revire explosão
reluza, coloque, reverta reflexão

induza teu coração junto ao meu
reduza a distância de você e eu

produz amor
reduz a dor

* Luiz Cláudio Pimentel


O FIM

o fim tem a cara da morte
e os pés da vida
rumor rasteiro de cicatriz
ainda padece a ferida

o fim devolve o tapa
e cobra o troco
da fruta quer todo o sumo
não perdoa nem o caroço

o fim sem graça
compromete todo o filme
sem fim promete durar
o processo do crime

o fim de um beijo
merece um luto
o fim de um amor
silêncio absoluto

o fim quando vai sorrir
simboliza a tristeza que vem por aí
o fim não leva 

o sim da alegria

* Marcos Fabrício


"CINE PEQUI" 



na tela
ampliada
por tantos olhares,
perspectivas florescem
comentários livres.

são tantas aberturas
que se expandem,
produzindo críticas
na curva do foco.

fora do quadrado
também tem filme.

no milagre da edição
rolos gravados
convidam o espectador
a roer a trama
com roteiro e tudo.

o oscar vai para
o anônimo admirador
do mundo fantástico de kubrick


 * Marcos Fabrício (em homenagem ao nosso grupo "Cine Pequi")


VERDE, AMARELO, AZUL E BRANCO

que o seu verde tanto
amadureça o bastante

que o seu amarelo
elo fascinante

considere tanto o azul
como o branco
parceiros brilhantes

* Marcos Fabrício


O VENCEDOR

todo vencedor
está glorioso no olimpo
é pessoa de sucesso
que ganha dinheiro
tem boa saúde
e desfila conhecimento
enquanto chora anônimo
a falta de sorte
de não ter sido ele próprio
o vencedor

* gustavo footloose