LAMENTO SERTANEJO DE ÓRION
O MONTE DA ESQUINA
NINHO DE PEDRAS
Ninho de pedras
Filhotes da construção
Se rejeitadas
são pedradas
Se acolhidas
são moradas
Pedras não são armas disparadas
São almas encantadas
Para quem só vê problemas
Pedras são obstáculos
Para quem busca soluções
Pedras são sustentáculos
Sou louco por não jogar pedra
Prefiro fazer dela
Ninho
Para receber amor
e para dar carinho
* Marcos Fabrício
ROCALOMOTOR
POETA NOV@TO
Novo ato
político
Novo ato
ético
Novo ato
de fato
poético
Novo ato
Seu tiro é culto
Antes morro do que "vivo"
Novo ato
Papo reto da margem
No centro
Centrado no umbigo
Novo ato
versos de correria
Proesia
Não se faz mesmo
Sentado
* Marcos Fabrício
AMIGO É MORADA
Marcos Fabrício Lopes da Silva
Amigo é a morada que nos abriga
Amigo é a mola quando estamos sem chão
Amigo é a janela para arejar nossa casa
Amigo sopra o olho para espantar o cisco que atrapalha a visão
Amigo anima festa quando estamos de luto
Amigo oferece ouvido de graça para ligações a cobrar
Amigo é o passarinho que lembra que a gente sabe voar
Amigo tem boca santa para proteger a nossa existência
Amigo é a surpresa mais esperada da vida
Amigo me esquenta com beijos e abraços
Amigo conta piada e põe a gente no meio dela pra história ficar mais engraçada
Amigo é o nosso grande testador
Amigo tem papo reto
Amigo é o nosso relações íntimas
Amigo divide o copo para os dois molharem a palavra
Amigo rasga o verbo se o ato é ruim
Amigo fala o que a gente precisa ouvir
Amigo deixa de passar a mão na cabeça para não levar embora o nosso juízo
Amigo conhece bem as nossas virtudes
Amigo recicla os nossos defeitos
Amigo é bom de conversa e de silêncio
Amigo dá muito mais toques do que explicações
Amigo conhece de dentro quem é você por dentro
QUADRILHA PARTE DOIS
com licença poética, Drummond
era lili que amava joaquim
era joaquim que amava lili
lili sabia ler o corpo de joaquim
joaquim sabia ler o corpo de lili
lili sabia preencher o vazio de joaquim
joaquim sabia preencher o vazio de lili
ser por ser, sem perguntar os porquês
era tarde, era chuva
era j. pinto fernandes entre os pingos
j. pinto fernandes era amigo de joaquim
das peladas de terreno baldio
dos papos da turma da rua
lili amava joaquim
joaquim amava j.pinto fernandes
lili amou j. pinto fernandes
foi um amor transitivo
* Marcos Fabrício
SOMENTE SÓ
o espinho de mim
sem a flor de ti
louco pra raciocionar direito
lado puto lato mudo
surdo falo espada escudo
juro segredo
conto silêncios
espero o pé na porta do amor
não aguento mais dormir com a solidão
caso me veja
rasgue meu retrato falado
fico santo para as outras
se for para ser tarado com você
sorrindo com os olhos
de rabo de olho troçando
é tudo fácil
é muito sincero
é capim na boca
beijo no espelho
só resseca meus lábios
* Marcos Fabrício
Carta Aberta de Defesa
Há três dias, tem circulado na internet um e-mail de autoria de Valéria Medeiros no qual a mesma me acusa de ter copiado dela o poema “Aparessências”, publicado na Revista Darandina, dez. 2009. Venho por meio deste texto explicar o mal entendido que se deu nesse caso.
De minha parte, afirmo: não fiz uma apropriação indevida do poema "Aparessências", conforme fui acusado. Busquei com o poema "Aparessências", produzido por mim e postado no blog da República do Pensamento, realizar um diálogo com o texto de Valéria Medeiros, valendo-me do princípio literário conhecido como intertextualidade, que consiste na referência explícita ou implícita de um texto em relação a outro.
Como leitor assíduo de literatura e estudioso dessa área, e como produtor de textos, poeta e jornalista, meus textos são “intertextuais”, pois, conforme postula Kristeva “todo texto é um mosaico de citações, todo texto é uma retomada de outros textos”. Diante de tal afirmação, a noção de originalidade ou ineditismo passa a ser relativizada, considerando como princípio mais adequado para o tratamento da questão a ideia do intertexto.
No meu poema, predominam marcas de uma intertextualidade explícita, pois mantive o título e um conjunto de versos do poema de Medeiros como forma de reconhecer explicitamente a marcação daquela rede de sentidos no poema que fiz. Elegi marcadores textuais de sua autoria para ressaltar a influência daquela fonte no meu fazer poético pautado por uma reescrita ou reelaboração, formando assim, um outro texto. Ao dar ao meu poema o mesmo título do poema de Medeiros, identifiquei, no meu entender, a fonte e sua legitimidade.
Há ainda no meu poema marcas de intertextualidade implícita, pois faço uso de algumas palavras contidas no poema de Medeiros e as desloco, produzindo assim um novo sentido proveniente do jogo entre signos. Ressalto que o sentido proveniente desse jogo de palavras é outro, assim como é outro o sentido do poema que escrevi.
Como o poema de Medeiros está publicado na Darandina, considerei que o texto era de conhecimento público, e no meu entender de grande valor literário, o que me levou a fazer uso dos dois tipos de intertextualidade.
Depois de entrar em contato por e-mail com a autora no dia 13/05, para dar explicações similares às observações que constam nesta carta, e solicitar a ela que encontrássemos uma melhor forma de resolver esse mal entendido, recebi dela uma resposta no dia 15/05.
Diante do desconforto e do desgaste emocional vivido por mim nesse infeliz episódio, vou retirar o poema APARESSÊNCIAS do blog da República do Pensamento, conforme decisão tomada em comum acordo entre as partes. O que era um diálogo literário se transformou numa guerrilha destemperada. Não endosso a postura autoritária e arrogante demonstrada pela autora diante da minha proposta de releitura do seu poema, e reprovo o linchamento moral dirigido à minha pessoa, na Internet.
Para por fim a essa discussão, reafirmo que não copiei indevidamente o poema “Aparessências”, de Valéria Medeiros. Inspirado nele e preservando um conjunto de elementos, formulei um outro poema. Por não homenagear condutas tirânicas, meu poema, em sinal de protesto, sai de cena. Deste fatídico episódio, louvo o que bem merece e deixo o que é ruim de lado, conforme aprendi com o sábio poeta Gilberto Gil, na música Louvação.
Poeta que é poeta aprende todos os dias a tirar leite de pedra.
Marcos Fabrício Lopes da Silva
Poeta, jornalista, doutorando em Literatura Brasileira pela UFMG.
PAISAGEM
antiga rosa
Para iluminar
Os caminhos escuros do passado
A luz do presente
Mirada
Para o horizonte futuro
* Marcos Fabrício
A CIGARRA E A FORMIGA
A cigarra canta
A formiga trabalha
Isso não quer dizer
Que a cigarra leva a vida na flauta
E a formiga leva a vida na marra
Enquanto a cigarra canta
E a formiga trabalha,
Quem sabe,
Ouvindo o canto da cigarra,
A formiga sinta mais belo e suave
Seu destino de trabalhar?
* Marcos Fabrício
A CHUVA QUE VEM
hoje deu saudade
uma saudade daquelas
de doer os ossos do poeta
senti falta de nossa cumplicidade
do seu olhar
do seu sorriso
e até daquela sua pinta
que não existe mais
hoje me deu saudade
da confiança que tens em mim
da depressão que tive
contigo do meu lado
foi salvação
senti falta de suas orações
na hora de dormir
de suas pernas agitadas
do seu dançar
que não soube valorizar
os anos passam e a solidão fica
até hoje não apareceu
este alguém tão doce
(e confiável)
hoje me deu uma saudade doída
que me fez re-estar
me trouxe alguma companhia
fez mal
acabou bem
não sei pra quem.
* Gustavo Footloose Lucas
AMEM AMEM
amem
rolando pelo tempo
vivendo dois momentos
salvando novos amores
amem
pedindo perdão
caminhando a quatro mãos
mentindo à solidão
* Gustavo Footloose Lucas
DE TANTO AMAR A VERDADE
MEU CORAÇÃO MARGINAL
Meu coração
de mil e novecentos e setenta nove
Dá trabalho
Porque a preguiça mata
Meu coração
de mil e novecentos e setenta e nove
Bate para não me apanhar
de susto
Meu coração
de mil e noventos e setenta nove
Até hoje se corta
com tanto caco de sonho
Meu coração
de mil e novecentos e setenta e nove
Faz greve de fome
Para chamar a sua atenção
Meu coração
de mil e novecentos e setenta e nove
Sofre de efeito vitrola
O disco arranhado só toca você
* Marcos Fabrício
AOS BARBEIROS QUE CONFIAMOS A VIDA
A gilete no pescoço
Não fique assustado
É o só barbeiro
Ganhando o seu pão
* Marcos Fabrício
MORREU PELO BRASIL
Dentes serrados.
Sorriso largo.
Calado com a falta de pão.
Seu José nunca perde a esperança.
Alegre,
mesmo com a fome eclodindo,
vive assistindo
os coronéis se divertindo,
enquanto suas mãos
só têm dedos para a enxada.
O subemprego lhe garante alguns trocados,
já que o restante do dinheiro
vai para o descanso do patrão.
Dona Maria carrega lata d'água na cabeça
pra completar o ordenado.
Com a triste situação,
o filho do casal,
João Ternura
perdeu a candura.
Deu um tiro no ouvido
para não escutar mais o barulho
daquela vida de gado.
Na emboscada armada pela penúria,
escreveu o pobre rapaz
antes de se despedir do mundo:
A vida é tão desigual
que a morte iguala a todos.
A bala que mata João Ternura
também mata John Kennedy.
Lute, pai José! Avance, mãe Maria!
Não deixem que a miséria
derrube mais gigantes pela própria natureza.
* Marcos Fabrício
ansiedade é a pressa do que não sabemos
motivação é a pressa do que almejamos
mas endereços diferentes
com o prazer da preguiça
e o prazer do planejamento esforçado
detestamos a pressão
vale a folga, a descontração
há pressão de tempo e resultados
medido e avaliado
DISCURSO PARA BENJAMIM LOPES
O ÓBVIO E O IMPENSÁVEL
Penso pensamentos óbvios
Por pensar que pensando o impensável
Obviamente não penso sobre mim
* Marcos Fabrício
ONTEM HOJE
PALAVRAS PARA A HORA DO CASAMENTO
A textualizar sutis erupções
SEM LUGAR
CEM LUGARES
SEM RAZÃO
CEM RAZÕES
SEM EMOÇÃO
CEM EMOÇÕES
SEM AMOR
CEM AMORES
DE SEM A CEM
JÁ PERDI A CONTA
DE QUANTAS VEZES
FUI FELIZ
DE QUANTAS VEZES
FUI INFELIZ
SÓ NÃO PERDI A CONTA
DE QUANTAS VEZES
TE QUIS
* Marcos Fabrício
Leia A arte da guerra
para você descansar em paz
Com Trident
você fica
Na compra de uma Coca
Skol
não seja quadrado
fique redondo
Mc Donalds
o lugar da família
* Marcos Fabrício
* Marcos Fabrício
As cores, maltratadas?
O que se esconde por detrás daquelas flores,
As horas, compartilhadas?
O que dizer, sem palavras
O que falar, sem mágoas
O que viver, sem tréguas, sem chagas?
Seria melhor eu desistir
Ou então você admitir
Amor e ódio, são chuva e lava.
O que se esconde por detrás de tuas danças,
As lanças, desgastadas?
O que se esconde por detrás daquelas ânsias,
As vozes, tão desgastadas?
pulsos me custam realidades,
virtuosismos
às vezes me escutam sem vontade
plutos me enchem, de verdade,
aforismos
quase sempre me custa tua vontade
quase sempre me lustra tua verdade
negativa
quase sempre me chispa tua idade
quase sempre me cuspa tua maldade
pulsativa
NO LIMITE
O limite não é onde uma coisa termina,
mas de onde uma coisa dá início a sua essência.
* Marcos Fabrício
DANCA DO CRÉU TELEVISIONADO
Pra ver TV
Tem que ter azaração
Pra ver TV
Tem que ter uma sacanagem
Baby balança
Empina o popozão
É hora de assistir
As cinco banalidades
A primeira
Não vale pensar
CRÉU
Número dois
Pra que sentir?
CRÉU CRÉU
Número três
Não mude de canal
Pois a chapa vai esquentar
CRÉU CRÉU CRÉU
Agora eu quero ver na quatro hein
Sem intervalo comercial
CRÉU CRÉU CRÉU CRÉU
Se liga, TV!
Vou confessar a você
Manda logo pra mim
A quinta banalidade
Na dança do créu televisionado
Então, baba aí, ô da poltrona
Vou logo avisando
É muita areia pro seu caminhãozinho
CRÉU CRÉU CRÉU CRÉU CRÉU
* Marcos Fabrício
O HAITI É EM MIM
Berros tectônicos.
Chão de gelatina.
O subsolo puxa o tapete do céu.
Abalo císmico que balança todas as estruturas.
Não há sexto sentido,
quando o desespero se transforma em barulho ensurdecedor.
Retumbante toca o hino dos bêbados.
Após ouvirmos sem querer cabeludos segredos de liquidificador,
trocamos passos desgovernados
à espera de um milagre
à procura de asas
que nos levem para um porto mais seguro
no qual possam pousar todos os navios sãos e salvos.
Como só temos braços e pernas,
resta rastejar habilidosamente entre o barro como minhoca,
ficar de quatro como um bebê que não sabe andar,
e ter sete vidas como um gato escaldado que pressente a água fria.
Todo o esforço é válido para se buscar um lugar
onde o temor humano não tenha se juntado ao tremor de terra.
O mundo ainda está sobre nossas cabeças.
Suor e poeira.
Reza e maldição.
Casa, templo, agora ruína.
Fiquei sem chão.
Resta-me um buraco.
Só espero que ele tenha molas
para empurrar adiante
o que ainda resta dos meus escombros.
* Marcos Fabrício
reinício
recomeço é sempre bom?
quase sempre é
o desfecho
recomeça assim,
o fim, enfim se faz,
se traz,
se trai,
mínimo.
recomeço é nunca bom?
quase nunca é
o remelexo
se alquebra, sim
o sim, no início se refaz
se faz capaz,
se atrai,
íntimo.
* Luiz Cláudio Pimentel
COMO VOCÊ ESTÁ?
estou bem
meu dia é instável
hora feliz
depois mais feliz
aí triste na hora do jornal
meu dia é assim
amor sem fim
amor findo
amor
não passo o dia
vivo o momento
permaneço em tudo que faço
sou segundo, abraço
sou mais agora
ontem menos
nunca mais ou menos
sou macho
sou gay de amar ator
marco passos lentos
para seguir a jato
o caminho
hoje fui casado
ontem me cansei
de tanto amor errado
certo amor não sei
lá pelas tantas cansado
acabo meu dia
vou para o sonho
de braços dados
me coça a bunda
me coça o pau
durmo sozinho
sou um animal
* Gustavo Footloose Lucas
QUANDO VOCÊ CHEGOU
quando vc chegou
arrasado de tanto amor
de tanta paixão desmedida
abandonos
solidão
falta de fé
não tive coragem
de dizer
o quanto tem sido bom
a paz
a fé
o sentimento
a falta de sonhos
é a realidade
virada
desdobrada
em pensametos
e ações
por isso te peço
não ligue muito pra mim
despreocupe
que estou em paz
com teu olhar
no coração
* Gustavo Footloose
QUEM SABE DÁ CERTO
para Juliana
Quem sabe dá certo?
sei eu
sabes tu
que tu também sou eu
que eu também sou tu
ou sim
talvez
agora passa
amanhã se foi
ontem vai ser
aprendi a fazer
fora do tempo
tentando compreender
o mundo dentro de mim
a verdade sempre
esteve no sentir
o amor é algo
sem sentido
* Gustavo Footloose
OUTRA VIDA
sabe o q não se sabe
se julga
se mostra e demonstra por fatos
é rei da verdade
toda vida é jogada
julgada
por simples atos
não quisemos
foi fato torpe
agi por impulso
falei o q não devia
ou devia
quando sonhei
com toda ilusão do amor
não estava perdendo
ganhei
no jogo que não joguei
na dor que causei
passado presente futuro
vivemos
maioria foi no séc. XV
ainda andam vingando
tentando apedrejar
o poeta
* Gustavo Footloose Lucas
CHICLETE COM BANANA
Na Chicletelândia
honestos se fingem de desonestos para vender
Na Bananalândia
desonestos se fazem de honestos para enganar
* Marcos Fabrício
A etiqueta é a ética
para tranqüilizar os estranhos,
mostrando que somos civilizados.
* Marcos Fabrício
NÃO ME DEIXE SOL
inspirado em Ne me quitte pas,
de Jacques Brel (1959)
Não me deixe sol
Não me deixe sol
Não me deixe sol
Sem o brilho teu
Sem o teu calor
A me despertar
A me embalar
Só quero acordar
Com os raios teus
A me encantar
A me alegrar
Não me deixe sol
Não me deixe sol
Não me deixe sol
Não quero anoitecer
Nem me transformar
No alto do céu
Lua a governar
O imenso breu
Sem o astro rei
Que me faz dançar
Que me faz girar
Que me faz crescer
Cheia de prazer
Nova com você
Mínguo sem você
Não me deixe sol
Não me deixe sol
Não me deixe sol
* Marcos Fabrício
PANETONE NOSSO
PANETONE NOSSO QUE CAIU DO CÉU
ABENÇOADA SEJA A VOSSA OFERTA
VENHA A NÓS O CAIXA DOIS
SEJA FEITA A CARIDADE
ASSIM NA CUECA
COMO NA VESTIMENTA
O CIFRÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE
PROTEGEI-NOS DOS HOMENS DE BEM
ASSIM COMO NÓS PROTEGEMOS A QUADRILHA
E NÃO NOS DEIXEIS SEM NADA NA MÃO
MAS LIVRAI-NOS DO JUÍZO FINAL
VINTÉM
* Marcos Fabrício
Quero entrar em tua caverna
Sem tacape nas mãos
Meu amor é incapaz de arrancar teus cabelos
Quero levá-la em meus braços
Quem se rasteja por ti sou eu
Não sou feliz na caça
Quero a alegria de ser tua presa
Estava desenhado nosso amor nas paredes
Nossos destinos foram traçados desde a pré-história
Vamos fazer de nossas lascas
Um amor polido
Por ti, chego a inventar a roda
Para que possamos girar
na dança do infinito
* Marcos Fabrício